9 de janeiro de 2020

Olhos de aprender

Na fila do caixa de um supermercado, cedi a vez a um rapaz com poucos volumes, que ficou me olhando algum tempo e logo perguntou se eu era professora.
Assim que confirmei, ele disse que achava que eu tinha sido professora dele num CIEP, onde eu realmente havia trabalhado e tive as mais gratificantes experiências. O rosto do jovem não me veio à lembrança, e perguntei o seu nome. Quando respondeu, sorriu, e o sorriso logo iluminou aquela face com uma expressão mais pueril. Lembrei do menino na sala de aula. Ele me disse, "Eu não ia esquecer esses olhos".
Espero que tenham sido olhos de acolher, não de julgar; de compreender, não de impaciência; de solidariedade, não de preconceito. Aquele sorriso me encheu de gratidão, pela oportunidade de ao pouco ensinar, muito aprender.
Como gosto desses encontros!

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