8 de janeiro de 2015

Tal cara... tal profissão!


Há uns quatro anos, quando ainda era recente a minha vinda para o condomínio onde moro, um supervisor de portaria olhava para mim e sorria, parecendo querer dizer algo. Um dia, tomou coragem e perguntou, "A senhora é professora?". Bastante surpresa, sorri de volta e respondi que sim. Imediatamente, ele cerrou um dos punhos, como se tivesse vencido um jogo, e exclamou, "Sabia!". 

Achei curiosa a situação, porque nem estava fantasiada, conforme ouço algumas vezes ao sair de casa, sobre como estou vestida... Tinha ido ao Centro e me apresentava com tradicionalíssimo jeans, sapatilha e camiseta.


Agora em dezembro passado, uma noite, na Linha Vermelha, tive de parar o carro, com a indicação de temperatura alta no painel. Rapidamente, apareceu um mecânico de estrada, pronto a fazer um gatilho, para que eu conseguisse chegar em casa, não antes de fazer algumas perguntas, como para onde estava indo (na certa, para avaliar a complexidade do gatilho a fazer) e se eu tinha óleo, porque o nível estava baixo, provavelmente por queima com a temperatura alta. Só que as perguntas avançaram, e, num arroubo de coragem, o rapaz perguntou, "A senhora é professora?"


Diante da mesma pergunta, feita por duas pessoas que nenhuma proximidade tinham comigo, mais surpresa ainda, ri e assenti com a cabeça.


Gatilho feito, pronta para dirigir mais uns vinte quilômetros, obviamente receosa, quis saber quanto devia ao moço e percebi que não tinha toda a quantia, mas não é que prontamente ele aceitou negociar!


Espero que a evidente expressão da profissão que amo não tenha sido o único motivo de flexibilidade do valor cobrado. Quero acreditar que o mecânico seja realmente generoso.