11 de agosto de 2011

Parabéns pelo capricho!

Na volta do recesso, entreguei aos alunos que tiraram folga antes da hora as avaliações do bimestre passado. Avaliar para dar nota sempre me deixa apreensiva pelo julgamento que temos de emitir. Ninguém gosta de ser testado, "medido". Até hoje também não me acostumei a fazer provas e não acho estranho que os alunos fiquem ansiosos.

Bem, voltando ao que interessa (se não, história nenhuma será contada), entreguei os testes, provas, trabalhos, pesquisas e tudo o mais que levo todo o meu tempo de planejamento pago pelo poder público (2h semanais... piada!) e boa parte do "tempo livre" de que disponho para corrigir. Como a tarefa me esgota, procuro amenizá-la com bilhetinhos para os alunos, em busca de uma reflexão sobre as atividades. Acredito que dessa forma elas não sejam só uma tarefa para cumprir protocolos, e sim um meio de ampliar aprendizagens, além de um ótimo pretexto para tornar a correção menos antipática.

Tenho em uma das minhas turmas de sexto ano uma aluna bem acostumada aos fracassos. Não costuma ligar para as notas baixas e, quando questionada, diz que não é capaz. Aquela aluna com a autoestima abaixo de zero. Isso me desespera, afinal, na minha vida de estudante lutei pelos décimos a mais. Como pode alguém se acostumar às reprovações e às notas baixas? Quase morro! Só que Deus é bom e nem tudo está perdido!

Entreguei a ela várias atividades, e em uma delas, muito bem feita, por sinal, escrevi "Parabéns pelo capricho!". A menina parou e perguntou com os olhinhos brilhando "Professora, isso é mesmo para mim?" Recebi por isso um beijo gostoso de presente. Poucas vezes vi tamanha gratidão de um aluno e na hora quase chorei. Quando anotei a observação, a intenção foi apenas de que ela tivesse vontade mais vezes de realizar as atividades com a dedicação que empenhou àquela. Que surpresa boa.